Emily

Emily
Olá sou Emily, gosto de tomar banho de chuva, ler, escrever, conviver, gosto de preto, de frio, de gelo, de noite, de sinceridade, sou esperta e cheia de liberdade. Minha frase: Um homem não morre quando deixa de existir, mas quando deixa de amar

Nina

Nina
Oi, povo! Sou Nina e gosto de milhares de coisas, mas, principalmente, amo ler e adoro ficar conversando besteira com as minhas amigas. Sou completamente doida, um pouco tímida e às vezes (admito) muito idiota. Minha frase: "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há" (Renato Russo - Legião Urbana)

sábado, 25 de junho de 2011

LOUÍ


                                                                   Capítulo 2


  Sangue, muito sangue, se espalhava por todo o beco, meus dedos tremeram, segui o rastro vermelho, me joguei no chão ao lado do corpo, agarrei a mão fria, meu peito palpitava, senti levemente uma dormência nas pernas, estava escuro não consegui olhar o rosto da pessoa, coloquei dois dedos no pulso do individuo, estava vivo, meus pensamentos dispararam, meu celular estava no apartamento não teria como ligar para a ambulância, não tinha dinheiro para levar a pessoa ao hospital, só tinha uma opção, levá-lo para minha casa.
 Mas e se houvesse algum osso quebrado? Eu pioraria a situação, mesmo assim teria de arriscar, puxei o individuo pelos ombros, agora finalmente eu percebi que ele estava acordado, o suor se espalhava por todos os cantos de seu corpo, a respiração era forte e audível, ele tentava falar algo, mas sua voz era afônica, definitivamente ele era pesado de mais para mim, mas não havia ninguém na rua, tentei puxá-lo pelas costas, coloquei as mãos no abdômen e puxei, ele gritou, ah meu deus eu o machuquei, minhas mãos escorregavam devagar no seu suor, o agarrei mais forte e puxei para fora do beco, minha coluna doía, o arrastei com todas as minhas forças, minhas costas doíam com uma força enorme, e meus dedos já começavam a machucá-lo, mas agora faltava pouco, era só mais um pouquinho, pronto, cheguei a porta do prédio, e onde estava o imprestável do segurança quando eu precisava dele, o individuo arfava no chão, eu não poderia deixá-lo aqui, abri a porta do meu apartamento  (graças a deus no térreo) e o segurei pelo tórax o arrastando para dentro do apartamento e depois para dentro da minha casa e em seguida para meu quarto, o suspendi de encontro a um braço e com o outro o ajudei a se firmar na minha cama, foi com certeza o movimento mais difícil, esbaforida me joguei no chão.
  Pensei seriamente em dormir ali mesmo, mas o som de sua respiração me lembrava de que alguém aqui precisava de mim, me levantei, segurei o seu rosto entre as mãos, não tinha cara de mendigo, os dentes eram bonitos, no rosto não havia nenhuma cicatriz muito antiga, apenas um corte próximo a sobrancelha, ele balbuciou algo.
  - Fique quieto, não gaste suas energias. – Peguei o celular em mãos.
  - Não! – Sua voz foi um susto para mim, apesar de confusa era cética do que queria ou do que no caso não queria.
  - Eu preciso chamar uma ambulância. – Ele ficou exaltado.
  - Você... Vai salvar... Minha vida, se não ligar. – Minha ficha caiu, quem havia feito isso com ele não o deixaria vivo como testemunha, devia estar esperando no hospital mais próximo, larguei o celular, corri até a cozinha, peguei uma panela cheia de água, uns curativos, álcool e algumas coisinhas. Lavei sua ferida mais profunda, no rosto, e em seguida apliquei o curativo, rasguei sua camisa, seu corpo inteiro estava coberto por hematomas roxos, cacos de vidro, e cortes, comecei molhando a pele, e retirando os cacos, eu tinha muito medo de que a dor piorasse, e confesso que tinha um certo receio de olhar diretamente para seus hematomas, e ao mesmo tempo tinha medo de parecer que tinha nojo dele quando na verdade meus instintos maternos se despertavam aos poucos.
  Seus olhos eram tristes, e ele se mantinha sempre quietinho, a sua respiração já se normalizara, mas eu podia ouvir seu coração batendo no mesmo ritmo, virei ele de frente, peguei um copo cheio d’água, deitei-me ao seu lado e coloquei sua cabeça em cima do meu braço, e com a outra mão levei água a seus lábios, pela primeira vez entrei em contato com os seus olhos agradecidos, os olhos de um estranho, que de repente viraria meu motivo para voltar para casa mais rápido nas noites de sábado.
  Após ele beber toda a água, o ajudei a se virar e acariciei seus cabelos, a única parte que não estava machucada, seus olhos se fecharam aos poucos, e ele adormeceu, eu estava tão cansada, e tudo fora tão rápido que eu não tive tempo de pensar no perigo que estava correndo, podem me achar louca, mas eu não sei se consigo me arrepender do que fiz, peguei uma colcha e o cobri, em seguida ajeitei minhas costas doidas na cama, eu estava sonolenta, dei uma olhada no seu rosto sereno, e em seguida muito cansada deitei minha cabeça no seu pescoço, ele segurou na minha mão, antes que eu pudesse pensar em tirar minha cabeça de lá, meus olhos já pesavam de sono.
        Próximo capitulo Terça... ( Leiam nosso livro inteiro no site:http://riramarsorrir.blogspot.com/p/loui.html )
     Emily...

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